Eduardo Godinho
O Renan pode ser o Relator da CPI do Genocídio?
Ou o fato de o filho dele ser Governador das Alagoas o o torna suspeito? (a explicação do porquê chamo "CPI do Genocídio" está aqui)
No país das Dinastias políticas, essa é uma questão que sempre vai aparecer.
Reparem que, mais importante que o Renan ter um filho Governador, o Bolsonaro tem um filho Senador.
Mais importante? Como assim? Senador é mais importante que Governador?
Nops!
É no caso real que a importância se destaca. Hoje mesmo, o "01" foi à CPI para enquadrar o Presidente Omar Aziz e chamar o Relator Renan de "vagabundo".
Há uma estratégia: "01" xinga Renan e o assunto da carta da Pfizer engavetada por mais de 2 meses vai pro rodapé.
Mas não aqui. A maior revelação de ontem foi que, sim, o Governo ignorou a carta da Pfizer, nas palavras do fraquíssimo ex-titular da Secom.
O Brasil, senhores, não é para amador.
Voltamos à outra Dinastia, a dos Calheiros. Primeiro, preciso dizer que não estou entre os admiradores do Senador.
Longe disso.
Mas o fato de o filho ser Governador, a princípio não contamina o seu papel na CPI. Primeiro, porque quem fiscaliza Governador é a Assembleia Legislativa, então a investigação de Governadores na CPI se dará dentro dos limites da relação direta dos recursos repassados pelo Governo Federal. Segundo, porque Renan não é juiz, como era o Moro. Então, o relatório não se confunde com Sentença Judicial. E em terceiro lugar, o relatório vai passar por DUAS instâncias de aprovação: pela própria CPI e pelo plenário do Senado.
Texto comprido é chato, desculpem, e pra não me furtar à opinião, sou daqueles que entende que não há suspeição e posso dizer que ao menor sinal de algo do tipo, a tropa de choque do Governo vai berrar. E vai berrar alto.
Ah, e sobre o xingamento do "01", qual a novidade? Filho de peixe...