Diogo Corrêa
"Fake opinion" e suas consequências nefastas.
Essa postagem é praticamente uma complementação do texto publicado na terça, onde falei sobre o direito de manifestar opinião.
Para além da liberdade de expressão, é preciso ter responsabilidade sobre a opinião solta ao ar. Às vezes a opinião é só fraca, sem fundamento. Pior que isso é quando a opinião está baseada em algo não verdadeiro. Como diz o jornalista Reinaldo Azevedo, trata-se de uma "fake opinion".
Essa pode ser mais devastadora. Pode se transformar em crime. Por isso sempre devem ser checadas as informações que fundamentam a opinião, sob pena de estar adotando a mentira para si.
Às vezes é deliberado mesmo. Criam-se narrativas falsas para os mais diversos interesses.
Como saber se o portador da "fake opinion" não teve culpa pela distribuição de mentira?
Se a sugestão de checar sempre essas informações é válida para qualquer cidadão, imagina para um(a) jornalista? E se esse(a) jornalista tem larga experiência?
Pois é. A jornalista Leda Nagle divulgou uma nota nesta segunda-feira 19 pedindo desculpas por reproduzir uma postagem feita por uma conta falsa que ‘revelou’ supostos planos do ex-presidente Lula para matar Jair Bolsonaro.
A jornalista leu uma informação divulgada em uma conta “fake” de um delegado da Polícia Federal. Nela, o suposto delegado afirmava ter a informação de que integrantes do STF e o ex-presidente Lula armavam um plano para matar Jair Bolsonaro. A própria Polícia Federal já denunciou o perfil.
Vejam a gravidade dessa "informação" absurda.
Será mesmo que ela não poderia ter conferido?
Ou por ser algo politicamente favorável ao Presidente Bolsonaro, ao qual ela já manifestou apoio, a manifestação foi "jogada ao ar" de propósito?
O pedido de desculpa apaga um possível crime cometido? Perguntas que ficam no ar (essa última será tema para outro post).
O próprio STF divulgou nota para desmentir o caso:

O canal do Carlito Neto avaliou bem esse caso, que se assemelha a outros aqui no Brasil.
O debate público e o bom senso precisam ser resgatados. A democracia precisa deles.
Diogo Corrêa
Equipe JuridiQuê
Texto base para essa postagem:
Nota no site do STF:
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=464398&ori=1